terça-feira, 8 de novembro de 2011



Eu aceitaria ter um amigo ou dois
Passar as tardes tocando violão
E achar que nota ruim seria um problema.
Como eu quero minhas ilusões de volta
quero voltar a complicar o simples,
sendo feliz só por desconhecer a tristeza.
Acreditando na vida perfeita que sempre viria
quando na verdade, era ela que eu vivia.
Nunca pensei que o mais banal daquilo tudo me faria falta
uma falta que sufoca o peito.

Sinto saudade do seu sorriso de chegada.

terça-feira, 20 de setembro de 2011


      
Nos dias nublados você é o motivo do meu sorriso
o conforto de um carinho eu só encontro em você
Eu amo esse seu jeito de me olhar
e, é por isso que eu não mudaria nada entre nós.
Eu te amo,
e espero que o tempo corra
pra te ter por perto outra vez.


“And when you smile
The whole world stops and stares for awhile
Cause boy you're amazing
Just the way you are”






quarta-feira, 13 de julho de 2011

E daí? eu adoro voar



Eu não quero o seu estúpido sorriso de meia boca,
o aperto de mão perfeitamente educado
o amor que não ama, duvida.

Não consigo me contentar com uma parte,
com o talvez ou o mais ou menos,
Não consigo conceber a ideia do pode ser.

Prefiro me atirar do alto para alcançar o tudo
a ficar sentada pensando na metade que tenho e na outra poderia ter.
Minha parte clarice não sabe viver com os pés no chão,
não sabe ser feliz com um pedaço de vida.
Me queimo ou me congelo, mas não me atenho a uma vida morna.

                                                                                                       Marina Boni

terça-feira, 28 de junho de 2011

. Quase


(um texto merecido de estar aqui)

"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportuni...dades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
 Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."

- Luís Fernando Veríssimo -

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Como o tempo passou,

   já não somos quem costumávamos ser naquelas tardes de verão. Já não sinto o amor nos seus olhos. Vivíamos em palavras o que não pudíamos ser. Construimos planos que tivemos de esquecer, abandonar por algo maior.
   Talvez nada tenha sido grande demais para nos separar, talvez sempre tenhamos sido pequenos para o amor. O meu primeiro amor com estrelas e fadas saltitantes.
   Nem sei se foi o maior e mais bonito, mas foi o primeiro, com suas alegrias e ingenuidades. E assim como os outros não pode ser esquecido. Cada beijo surpreendido está guardado.
   Guardado nas lembranças do que um dia fomos nós.

                                                                                           Marina Boni

quinta-feira, 19 de maio de 2011

                      Para Rachel, a que sempre tem molas na bolsa!

   Vivo em uma sala repleta de prateleiras, basto estender a mão para alcançar as primeiras entretanto elas são tantas, e algumas tão altas que chego a perder de vista.
   E quanto mais difícil parece tocar alguma, maior é a minha vontade em alcançá-la. Estico-me com toda a força mas a distância é maior que eu.
   Ocorreu-me então de criar molas, pregá-las aos sapatos e projetar saltos! O problema é que produzi-lás não é tão fácil quanto pensei.
   Foi então que uma amiga, com suas palavras-molas me impulsionou para que eu criasse as minhas e atingisse minha metas. Por maior que fosse a minha vontade de conquistar a prateleira, nunca a teria feito sem o seu: "GO!" Ela me trouxe a coragem e o empurrão que com ferramenta alguma eu seria capaz de conseguir.
   A vida é um eterno construir de molas e trampolins. Com certeza, conseguiremos confeccioná-los sozinhos mas quando se tem um amigo o suor é quase inexistente. Quero ter a sorte de encontrar amigos que me empurrem na hora certa, que me incentivem a pular cada vez mais alto, principalmente quando eu não conseguir. Para que um dia eu também possa emprestar as minhas palavras-molas.

                                                                                              Marina Boni

sábado, 14 de maio de 2011

Amor de tinta

Pintei sobre você os meus desejos.
No carnaval da nossa euforia,
Assinei-lhe todos os meus beijos.
Bastava o amor de cada dia,

Mas, no meu cubo mágico de fantasia,
O amor do seu rosto se esvaia
A tinta, na sua pele,
Congelou enquanto escorria

Fizemos de nós opostos que não se atraem
Dispostos que se retraem,
Amor ferido que não bastou.

O frio da culpa sufoca o peito,
Rasgado em mágoas dos meus defeitos
Que, um dia, imaginaram-lhe minha.

                                                                                 Marina Boni e Rachel Alencar

quinta-feira, 31 de março de 2011

Por que inventaste tanto amor? Eu não pedi as tuas juras.
Jogaste no chão todas as tuas palavras
E foi embora sem ao menos lembrar que elas existiram para nós.
Gravaste em outro lugar o teu carinho,
o NOSSO carinho.
Os mesmo risos que outrora tiveste comigo.
E agora?
Esperas que eu faça o mesmo?
Que tenha o mesmo amor sem sentido?
Sem veracidade?
Não, eu não tenho a tua hipocrisia, ou como você chama: coragem!

                                                                                            Marina Boni

sábado, 19 de março de 2011

Ser ou nadar?





Havia me esquecido de como era estar de braços abertos a contemplar todo aquele céu que existia sobre mim. A ausência de qualquer ruído fez-me sentir longe de tudo e tão próxima de mim mesma, tão próxima do Deus. Só o balançar da água ocupava o meu pensamento, estava despida de qualquer preocupação. E esta era a sensação da felicidade. Sentir que tudo bastara àquele instante, e que para sorrir não seriam necessárias vitórias ou provas de amor. Eu conseguia tocar o azul ao estender a mão e o vento parecia brincar comigo. Me senti inteira e capaz de colher todos aqueles pássaros e colocá-los no bolso, a fim de que só eu pudesse contemplá-los. Tudo se tornou pequeno demais diante das infinitas possibilidades de arrumar as peças do meu tabuleiro. O meu personagem não precisaria mais se limitar a viver na terra, buscando aprovação e a aceitação de outrem, agora vivia na água, era com os peixes que ia brincar e quando se cansasse tinha o céu inteiro pra desenhar.

                                             Marina Boni

sábado, 19 de fevereiro de 2011

(amar)garida

Certa vez me acerquei do assunto das flores, quis adentrar àquele mundo e também possuir uma infinidade de cores e fragrâncias. Quis me tornar flor, viver em companhia do vento mas lembrei que fui criada para correr pelos campos e plantar sementes.
Já que não poderia me juntar a elas, quis juntá-las a mim. Passei dias a escolher dentre todas a flor mais bonita, até que escolhi a margarida mais radiante do jardim. Durante muito tempo arquitetei nossa fuga, vislumbrei todo o mundo que tínhamos a descobrir, os sonhos que se concretizariam. Como era lindo imaginar o mundo só comigo e minha flor.
Depois de infindáveis dias de espera tomei coragem e resolvi buscá-la. Tinha certeza de que era o momento certo de viver ao seu lado, ela pela qual eu tanto esperei. Fui ao jardim, e cortei o seu cabo. E desde então passei a levá-la a todos os lugares, mas a minha margarida não aguentou muito tempo, bastaram alguns dias para que ela morresse. Foi então que dei-me conta do erro.
Olhando para os fiapos do meu umbigo quis tê-la a qualquer custo, quando na verdade eu não estava preparada para fazer dela a minha flor, transformei sua liberdade em seiva a escorrer pelo cabo. Foi arrancando pétalas e colhendo saudade que eu fiz o meu canteiro.



 Marina Boni

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sem tempo para um título...

Amarrou os sapatos, desceu do ônibus, se apressou a dar corridinhas a fim de aproveitar o semáforo fechado, olhou as revistas da banca, sem parar é claro, pois nessa vida de cidade grande todo tempo é aproveitado, e quase sempre mal aproveitado.
O relógio da estação marca oito horas, como todos os dias o homem atrasado está a correr pela avenida. Foi com tamanha pressa que ele passou por entre os bancos da praça e nem notou o pacote de dinheiro que lá estava. Mas que contradição da vida, o homem corria para trabalhar seis horas e não ganhar nem a metade da quantia depositada no chão. Teve sua grande chance e correu.
Talvez se ele não corresse tanto, e estivesse mais atento o desfecho fosse outro. Mas sinceramente não me importo com tal sujeito, por menor dos males ele “perdeu” dinheiro. A maioria das pessoas perde a vida. Não devotam atenção às sensações. Não sabem o cheiro da chuva, pois estão ocupadas demais em não molhar-se. Não sabem o gosto da couve-flor, pois só tem quinze minutos para almoçarem. Não tem tempo para escutar, pois reclamam demais.
É uma pena a grandiosidade do ser humano ser reduzida a isso e estar sempre condicionada a minutos e tarefas. Mas de que importa discutir tais fatos, muitos nem terão tempo para ler esse texto..

                                      Marina Boni