sexta-feira, 27 de maio de 2011

Como o tempo passou,

   já não somos quem costumávamos ser naquelas tardes de verão. Já não sinto o amor nos seus olhos. Vivíamos em palavras o que não pudíamos ser. Construimos planos que tivemos de esquecer, abandonar por algo maior.
   Talvez nada tenha sido grande demais para nos separar, talvez sempre tenhamos sido pequenos para o amor. O meu primeiro amor com estrelas e fadas saltitantes.
   Nem sei se foi o maior e mais bonito, mas foi o primeiro, com suas alegrias e ingenuidades. E assim como os outros não pode ser esquecido. Cada beijo surpreendido está guardado.
   Guardado nas lembranças do que um dia fomos nós.

                                                                                           Marina Boni

quinta-feira, 19 de maio de 2011

                      Para Rachel, a que sempre tem molas na bolsa!

   Vivo em uma sala repleta de prateleiras, basto estender a mão para alcançar as primeiras entretanto elas são tantas, e algumas tão altas que chego a perder de vista.
   E quanto mais difícil parece tocar alguma, maior é a minha vontade em alcançá-la. Estico-me com toda a força mas a distância é maior que eu.
   Ocorreu-me então de criar molas, pregá-las aos sapatos e projetar saltos! O problema é que produzi-lás não é tão fácil quanto pensei.
   Foi então que uma amiga, com suas palavras-molas me impulsionou para que eu criasse as minhas e atingisse minha metas. Por maior que fosse a minha vontade de conquistar a prateleira, nunca a teria feito sem o seu: "GO!" Ela me trouxe a coragem e o empurrão que com ferramenta alguma eu seria capaz de conseguir.
   A vida é um eterno construir de molas e trampolins. Com certeza, conseguiremos confeccioná-los sozinhos mas quando se tem um amigo o suor é quase inexistente. Quero ter a sorte de encontrar amigos que me empurrem na hora certa, que me incentivem a pular cada vez mais alto, principalmente quando eu não conseguir. Para que um dia eu também possa emprestar as minhas palavras-molas.

                                                                                              Marina Boni

sábado, 14 de maio de 2011

Amor de tinta

Pintei sobre você os meus desejos.
No carnaval da nossa euforia,
Assinei-lhe todos os meus beijos.
Bastava o amor de cada dia,

Mas, no meu cubo mágico de fantasia,
O amor do seu rosto se esvaia
A tinta, na sua pele,
Congelou enquanto escorria

Fizemos de nós opostos que não se atraem
Dispostos que se retraem,
Amor ferido que não bastou.

O frio da culpa sufoca o peito,
Rasgado em mágoas dos meus defeitos
Que, um dia, imaginaram-lhe minha.

                                                                                 Marina Boni e Rachel Alencar