quinta-feira, 31 de março de 2011

Por que inventaste tanto amor? Eu não pedi as tuas juras.
Jogaste no chão todas as tuas palavras
E foi embora sem ao menos lembrar que elas existiram para nós.
Gravaste em outro lugar o teu carinho,
o NOSSO carinho.
Os mesmo risos que outrora tiveste comigo.
E agora?
Esperas que eu faça o mesmo?
Que tenha o mesmo amor sem sentido?
Sem veracidade?
Não, eu não tenho a tua hipocrisia, ou como você chama: coragem!

                                                                                            Marina Boni

sábado, 19 de março de 2011

Ser ou nadar?





Havia me esquecido de como era estar de braços abertos a contemplar todo aquele céu que existia sobre mim. A ausência de qualquer ruído fez-me sentir longe de tudo e tão próxima de mim mesma, tão próxima do Deus. Só o balançar da água ocupava o meu pensamento, estava despida de qualquer preocupação. E esta era a sensação da felicidade. Sentir que tudo bastara àquele instante, e que para sorrir não seriam necessárias vitórias ou provas de amor. Eu conseguia tocar o azul ao estender a mão e o vento parecia brincar comigo. Me senti inteira e capaz de colher todos aqueles pássaros e colocá-los no bolso, a fim de que só eu pudesse contemplá-los. Tudo se tornou pequeno demais diante das infinitas possibilidades de arrumar as peças do meu tabuleiro. O meu personagem não precisaria mais se limitar a viver na terra, buscando aprovação e a aceitação de outrem, agora vivia na água, era com os peixes que ia brincar e quando se cansasse tinha o céu inteiro pra desenhar.

                                             Marina Boni