segunda-feira, 9 de março de 2015

Uma raposa

                Considerando a dor um mecanismo de defesa que nos permite evitar o estímulo doloroso a fim de garantir nossa integridade e sobrevivência, vivemos fugindo (ou pelo menos tentando fugir) daquilo que nos causa tão indesejável experiência.
                Diversas vezes nos permitimos viver situações em que a tão temida dor é fim certo e premeditado. E depois dela sempre estamos a pensar que tudo poderia ter sido evitado, ou ainda lembramos do que cantava Los Hermanos: "E se eu fosse o primeiro a prever e poder desistir do que for dar errado?".
               O fato é que nunca saberemos se agir como a música teria sido o melhor, visto que o modo como agora somos também foi moldado pela dor que vivemos.
               Nossas dores e decepções são essenciais para construirmos quem somos, e certa vez aprendi com uma raposa que toda e qualquer situação serve-nos de aprendizado, assim como ela me disse no livro Sandman: caçadores de sonhos:

"- Tudo que fiz. - ela disse - Tudo que tentei fazer. Por nada.
- Nada é feito inteiramente por nada - comentou o Raposo dos sonhos - Nada se perde. Você está mais velha, você tomou decisões, não é a mesma raposa de ontem. Aceite aquilo que aprendeu e siga em frente!"

              

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